Por terras de Erasmo

Desiderius Erasmus Roterodamus, conhecido como Erasmo de Rotterdam, nasceu em 1466 em Geert Geertsen - Rotterdam e faleceu em Basiléia em 1536. Foi inspirado neste filósofo holandês, que nasceu o Protocolo Erasmus, iniciado em 1987, como um programa de apoio interuniversitário de mobilidade de estudantes e docentes do Ensino Superior, entre estados membros da UE e estados associados.

Erasmo estudou e ensinou em vários locais da Europa (França, Inglaterra, Itália, Suíça e Bélgica), dedicando grande parte da sua vida à reconciliação dos pensamentos cristão e humanista, no contexto de um conceito universal de “saber”, que via como a chave para a promoção do entendimento entre os povos.

Este homem que viveu para expandir o seu conhecimento e ganhar novos conhecimentos, deixou a sua fortuna à Universidade de Basiléia. Graças a ele, muitos jovens hoje têm uma oportunidade única de aprender e desenvolver conhecimentos e ainda de ganhar novos mundos neste mundo global. Ele é um dos mistagogos da juventude europeia actual.

Por terras de Erasmo, para além dos museus e da história, impera a ousadia em alguns dos seus edifícios que ficaram famosos pelas suas formas diferentes. As Kijk-Kubus ou casas‑cubos, do arquiteto Piet Blom (apartamentos em forma de cubos inclinado) na velha área do porto da cidade de Rotterdam e o edifício em forma de lápis. Um mundo diferente, mas aliciante.

Sonho de Liberdade

"... Digo-lhes, hoje, meus amigos, que apesar das dificuldades e frustrações do momento, ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.
Tenho um sonho que um dia esta nação levantar-se-á e viverá o verdadeiro significado da sua crença: "Consideramos estas verdades como evidentes por si mesmas, que todos os homens são criados iguais"..."

Retirado do discurso de Martin Luther King, em 20/08/1963, "Eu tenho um sonho". Martin Luther King, destacado lutador pelos direitos civis nos Estados Unidos nos anos 60 foi assassinado há precisamente 40 anos (4 de Abril de 1968 na cidade de Memphis, nos Estados Unidos). Nasceu em 15 de Janeiro de 1929 e em 1964 recebeu o Prémio Nobel da Paz.

A pintora da gravidez e da maternidade

Paula Modersohn-Becker (1876-1907)

Há sensivelmente um século a pintora alemã Paula Modersohn-Becker pintou diversos auto-retratos não só nua como nua e grávida ostentando orgulhosamente uma barriga de futura mãe, o que não era nada vulgar no seu tempo.

Recentemente, Demi Moore escandalizou meio mundo ao posar nua e grávida para a "Vanity Fair". Anteriormente, já aquela outra mulher o fizera, embora com menos impacto, dada a inexistência da Internet e dos meios de comunicação social de que dispomos hoje.

Da Leitura

Livros esquecidos, perdidos e desbotados

Em cada dia me apetece mais escrever, ler e aprender. Tanto livro por ler. Tanta palavra para escrever. Tanto para aprender.

Não consigo incluir tudo isto nas minhas horas do dia. Como fazer? Será que algum escritor/leitor/aprendiz me consegue ensinar a arte de o fazer bem?

Diz Francis Bacon, in "Ensaios Civis e Morais - Não leiais para refutar ou contradizer, para aceitar ou aquiescer, para perorar ou discursar, mas para ponderar e considerar. Certos livros devem ser provados; outros engolidos; uns poucos mastigados e digeridos. Quer dizer: devemos ler certos livros apenas parceladamente; outros incuriosamente e, uns poucos da primeira à última página, com diligência e atenção. Alguns livros podem mesmo ser lidos por terceiros, que nos farão deles um apanhado, mas isso somente no caso de assuntos desimportantes, e de livros medíocres, pois livros resumidos são como água destilada: insípidos. O ler faz um homem completo, o conferir destro, o escrever exacto. Bem por isso, se alguém escreve pouco, deve ter boa memória; se confere pouco, muita sagacidade; se lê pouco, muita manha para afectar saber o que não sabe."

Novo voo ... Nova etapa ... Novo desafio

Sinto orgulho pelo que fiz. Está feito, até onde fiz.

Amanhã, estarei em pleno voo. Um novo desafio. Uma nova viagem. Um novo trabalho. Novos colegas. Uma nova realidade. Uma nova vida. Um outra grande luta.

Mãos à obra. Coração ao alto. Espírito aberto.

Férias. Doce férias. Amargas férias. Espantem-se ... estive em férias

As férias são um período de descanso de uma actividade constante. Pensar diferente. Escutar o som do mar. Espreitar o meu Alentejo. Ver o sol. Espreitar o mundo. Desenhar o universo. Ouvir a vida. Rever os amigos.

Férias são tudo isso, mas principalmente sentir. Sentir que estamos vivos, sentir que sentimos e sentir.

Fim de férias, significa outra vez ficar sem tempo para nós e para os amigos. Por isso, meus amigos, relembro aqui alguns versos de Albert Einstein:

Pode ser que um dia deixemos de nos falar...
Mas, enquanto houver amizade,
Faremos as pazes de novo.

Pode ser que um dia o tempo passe...
Mas, se a amizade permanecer,
Um de outro se há-de lembrar.

Pode ser que um dia nos afastemos...
Mas, se formos amigos de verdade,
A amizade nos reaproximará.
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O último dia dum projecto inacabado

Projecto inacabado

Há sempre um último dia. Há sempre uma última vez.

Este poderia ser o título de um filme ou até de um romance de vida. Mas não. Trata-se simplesmente do que sentimos no último dia de um qualquer projecto em que nos envolvemos e que finalizado ou inacabado o deixamos para trás, ou o entregamos nas mãos de quem agora o levará a bom porto.

Neste caso, fica-nos a certeza que não haverá retorno, pois sabíamos que não há construção sólida, que se aguente, que permaneça, se não for o resultado de um esforço conjunto, se não for fruto de muita dedicação, se não espelhar materialmente a comunhão das pessoas, a união das vontades e aqui a construção assim foi pensada e assim foi feita.

Não construímos sobre a areia, porque isso seria mais fácil e até mais rápido e, podia até pode dar satisfação, mas seria uma delicadíssima obra de arte, onde faltaria a capacidade da permanência. O projecto está aí para dele se falar no futuro.

«…E, de repente, surgiram na minha memória as imagens dos parques na província portuguesa. Lembro-me da sua melancolia terrível. Mundos há muitos e, há mortos que só aguardam o punho vigoroso do bárbaro para se descomporem». Apontamento de Mircea Eliade no seu diário (Fragments d’un Journal I, 1945-1969. traduit par Luc Badesco. Paris, 1973, p. 482.7-II-1965).