sábado, 6 de outubro de 2007

O Sorriso aos pés da escada

Leger Fernand - La Femme en Bleu
O Sorriso aos pés da escada de Henry Miller, fala-nos de um palhaço, Augusto, e respira uma tranquilidade quase angélica. Miller, que nasceu em Nova Iorque em 1891 e morreu em 1980 em Pacific Palisades na Califórnia, ficou conhecido por desafiar a sua época com a sua escrita contestatária e libidinosa. Alguns dos seus livros chocaram a sociedade tecnocrata do século XX.
Porquê O Sorriso aos pés da escada? É como se o escritor nos quisesse provar que um homem tem vários rostos, todos eles possíveis, mesmo que contraditórios.
Este livro é um parênteses na sua produção literária e foi escrito a pedido do pintor Fernand Léger e o compositor italiano Antonio Bilbalo compôs uma ópera a partir desta pequena e maravilhosa história do palhaço Augusto, que Miller classificou como a mais estranha das histórias que escrevera.
A história do palhaço Augusto é de um humanismo próximo da poesia. Miller diz: "O palhaço é um poeta em acção." E acrescenta: "Ele é a história que desempenha."
Miller considera O Sorriso aos pés da escada a sua obra mais "verdadeira". Talvez porque, tal como revela no epílogo, "quando Augusto se torna ele próprio, a vida começa - e não só para Augusto, mas para toda a humanidade".
É uma história romântica, de um palhaço que descobre a beleza da vida num sorriso. Seria bom se tu conseguisses tal como Augusto, descobrir/redescobrir o sorriso aos pés da escada.

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