Álvaro de Campos
Obrigada, por me ajudares a lembrar a poesia de Álvaro de Campos e nela tanta coisa e coisa nenhuma. Obrigada irmã, por intuíres, sentires e pressentires o que não digo.
O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.
A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas.
Essas e o que faz falta nelas eternamente;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço, Cansaço.
Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada –
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...
E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo, Cansaço...
O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.
A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas.
Essas e o que faz falta nelas eternamente;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço, Cansaço.
Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada –
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...
E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo, Cansaço...
1 comentário:
Uirapuru
Autor: Valeriano Luiz da Silva
Eu sou o Uirapuru com meu canto longo e melodioso
Eu canto com intenção de atrair para o acasalamento
Quem escuta meu cantar de manhã dizem ter um dia maravilhoso
Dizem que minha voz natural é mais linda do que um instrumento
E quando volto a cantar ao anoitecer
Quem escuta minha voz boa diz que boa noite vai ter
Meu canto ecoando na mata virgem é como se uma voz viesse a dizer
Aproveita para ouvir-me, pois outra oportunidade poderá não ter,
Eu só canto quinze dias no ano
Pra bicharada toda se comover
Todos os animais ficam me escutando
É como o som de uma flauta
O meu cantar na floresta parece um hino celestial
Como pode sair esta canção de um pequeno animal?
Os caboclos do mato falam com segurança tal
Que quando eu canto sou respeitado por todo animal
Sabe... É como se todos os cantores parassem para reverenciar o mestre
Se você quiser ouvir minha canção
É só viajar para o norte da nação
A natureza escolheu a Amazônia para eu fazer minha habitação
Existem lendas a meu respeito por todo Brasil
E ainda dizem que reis e rainhas têm minhas penas como talismã
Eu sou um pássaro feliz, pois outra voz como a minha não se viu,
Inspirado em meu canto Villa - Lobos escreveu uma linda canção...
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