domingo, 28 de outubro de 2007
Não há Sábado sem sol, nem Domingo sem missa, nem Segunda sem preguiça
A única coisa que realmente importa é ter AMIGOS! Mas por vezes parecem perder-se por razões inexplicáveis. Citando Aristóteles "Qualquer um pode zangar-se - isto é fácil. Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa, pelo motivo certo e da maneira certa - não é fácil."
A Europa precisa de nós
Leio e releio a notícia sobre as diferentes soluções para inverter a queda da natalidade na Europa, onde nascem cada vez menos crianças. Fico apreensiva. Na minha cabeça misturam-se imagens recentes de crianças a morrer de fome, subalimentadas, famintas, esqueléticas. Vejo ainda a luta titânica para fazer sobreviver crianças com seis meses e menos de gestação, desconhecendo-se muitas das implicações dessa luta. Vejo-me a mim menina, amada pelos meus. Vejo também os maus-tratos, os relatos da pedofilia, dos abusos e dos raptos. Vejo agora as diferentes medidas sociais implementadas para o aumento da natalidade. Vejo um mundo em várias dimensões que dificilmente consigo abarcar.
domingo, 7 de outubro de 2007
Os meus amigos e o meu país
Hoje é domingo e por isso um bom dia para pôr em dia as "conversas" com os amigos. Passei uma parte da manhã com o Henrique (o que é sempre um privilégio, uma dádiva e um desafio), numa conversa alegre, sensata, profunda, pois trata-se dum homem inteligente, sábio e conhecedor (um homem único e no dizer de alguns, o ser mais incorruptível que se conhece).
É bom pôr em dia essa conversa não só pela forma como ele observa o mundo, como pela sua peculiar forma de nos chamar a atenção para o rumo que o nosso país leva. Levava consigo, o seu último livro (O dever da verdade) para me oferecer. A dedicatória de uma grande ternura, encerra a bondade com que os seus olhos me vêem e a amizade de muitos anos que fomos sabendo manter e fortalecer.
Falámos, entristecemo-nos e rimos de quase tudo, mas sobretudo algumas passagens do seu livro, cruzadas com o sentir do José António hoje (no seu Blogue), a propósito do nosso país “Num país que se não reconhece como Nação e tem vergonha de ser Pátria …), diz-nos muito sobre como vão as coisas, neste paraíso à beira mar plantado.
Vou ler o El País, porque hoje é domingo.
É bom pôr em dia essa conversa não só pela forma como ele observa o mundo, como pela sua peculiar forma de nos chamar a atenção para o rumo que o nosso país leva. Levava consigo, o seu último livro (O dever da verdade) para me oferecer. A dedicatória de uma grande ternura, encerra a bondade com que os seus olhos me vêem e a amizade de muitos anos que fomos sabendo manter e fortalecer.
Falámos, entristecemo-nos e rimos de quase tudo, mas sobretudo algumas passagens do seu livro, cruzadas com o sentir do José António hoje (no seu Blogue), a propósito do nosso país “Num país que se não reconhece como Nação e tem vergonha de ser Pátria …), diz-nos muito sobre como vão as coisas, neste paraíso à beira mar plantado.
Vou ler o El País, porque hoje é domingo.
sábado, 6 de outubro de 2007
O Sorriso aos pés da escada
Leger Fernand - La Femme en Bleu
O Sorriso aos pés da escada de Henry Miller, fala-nos de um palhaço, Augusto, e respira uma tranquilidade quase angélica. Miller, que nasceu em Nova Iorque em 1891 e morreu em 1980 em Pacific Palisades na Califórnia, ficou conhecido por desafiar a sua época com a sua escrita contestatária e libidinosa. Alguns dos seus livros chocaram a sociedade tecnocrata do século XX.
Porquê O Sorriso aos pés da escada? É como se o escritor nos quisesse provar que um homem tem vários rostos, todos eles possíveis, mesmo que contraditórios.
Este livro é um parênteses na sua produção literária e foi escrito a pedido do pintor Fernand Léger e o compositor italiano Antonio Bilbalo compôs uma ópera a partir desta pequena e maravilhosa história do palhaço Augusto, que Miller classificou como a mais estranha das histórias que escrevera.
Porquê O Sorriso aos pés da escada? É como se o escritor nos quisesse provar que um homem tem vários rostos, todos eles possíveis, mesmo que contraditórios.
Este livro é um parênteses na sua produção literária e foi escrito a pedido do pintor Fernand Léger e o compositor italiano Antonio Bilbalo compôs uma ópera a partir desta pequena e maravilhosa história do palhaço Augusto, que Miller classificou como a mais estranha das histórias que escrevera.
A história do palhaço Augusto é de um humanismo próximo da poesia. Miller diz: "O palhaço é um poeta em acção." E acrescenta: "Ele é a história que desempenha."
Miller considera O Sorriso aos pés da escada a sua obra mais "verdadeira". Talvez porque, tal como revela no epílogo, "quando Augusto se torna ele próprio, a vida começa - e não só para Augusto, mas para toda a humanidade".
É uma história romântica, de um palhaço que descobre a beleza da vida num sorriso. Seria bom se tu conseguisses tal como Augusto, descobrir/redescobrir o sorriso aos pés da escada.
Miller considera O Sorriso aos pés da escada a sua obra mais "verdadeira". Talvez porque, tal como revela no epílogo, "quando Augusto se torna ele próprio, a vida começa - e não só para Augusto, mas para toda a humanidade".
É uma história romântica, de um palhaço que descobre a beleza da vida num sorriso. Seria bom se tu conseguisses tal como Augusto, descobrir/redescobrir o sorriso aos pés da escada.
sexta-feira, 5 de outubro de 2007
O Mistério de Ariana
Conta a história (uma das muitas) que Ariana, filha do rei Minos, se apaixonou por Teseu, filho de Egeu, rei de Atenas e deu-lhe a solução para matar o minotauro, com um novelo de fio e uma espada.
Uma das pontas do fio ficou atada à entrada do labirinto e a outra no seu bolso. Teseu encontrou o minotauro e travou com ele um combate feroz, acabando por matá-lo com a espada que Ariana lhe havia dado. De seguida usou o fio para encontrar a saída do labirinto, libertar os outros reféns e levar Ariana no seu barco para Atenas.
Porém no caminho ancoraram em Delos para festejar a vitória e, Teseu numa atitude de grande ingratidão, abandonou Ariana na ilha de Naxos e seguiu para Atenas.
É Ariana que mantém o fio do labirinto, o fio da moralidade? O labirinto do conhecimento e da moral. O labirinto da vida e do Ser?
Vale a pena reler Gilles Deleuze e o Mistério de Ariana. Ele é um excelente testemunho da intensidade filosófica de Deleuze. Ele é também um excelente momento que nos permite imaginar alguém que constrói um fio (o fio de Ariana), o qual permite ao outro escapar do labirinto, no qual se perdeu (o mundo do poder e do dinheiro).
Vicente - O Corvo da Liberdade
«Nasci subversivo. A começar por mim - meu principal motivo de insatisfação.» escreve Miguel Torga no seu livro Orfeu Rebelde.
Bichos, escrito em 1940, mostra-nos uma irmandade de animais com sentir humano. Uma Arca de Noé onde a obra se liberta do seu criador e adquire vida própria. Vicente, é a glorificação final de Bichos, surgindo como um símbolo de liberdade ao insurgir-se contra a rectidão do poder divino.
Da evocação da obra de Miguel Torga, juntando a música de seis autores e as palavras “da imensa galeria de retratos e paisagens” do universo do escritor transmontano, nasceu um espectáculo original e surpreendente a assinalar o centenário do seu nascimento - "Torga-Retratos e Paisagens",
Vicente, o corvo da liberdade, está escrito para um Quinteto de Sopros e incluído no espectáculo musical que foi patrocinado pelo Ministério da Cultura.
Bichos, escrito em 1940, mostra-nos uma irmandade de animais com sentir humano. Uma Arca de Noé onde a obra se liberta do seu criador e adquire vida própria. Vicente, é a glorificação final de Bichos, surgindo como um símbolo de liberdade ao insurgir-se contra a rectidão do poder divino.
Da evocação da obra de Miguel Torga, juntando a música de seis autores e as palavras “da imensa galeria de retratos e paisagens” do universo do escritor transmontano, nasceu um espectáculo original e surpreendente a assinalar o centenário do seu nascimento - "Torga-Retratos e Paisagens",
Vicente, o corvo da liberdade, está escrito para um Quinteto de Sopros e incluído no espectáculo musical que foi patrocinado pelo Ministério da Cultura.
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