"Há épocas em que a sociedade, tomada de pânico, se desvia da ciência e procura a salvação na ignorância"
Saltykov-Stcherdrine, Mikhail
Saltykov-Stcherdrine, Mikhail
Desconfiamos do conhecimento como verdade acabada, pois, como afirma Boaventura Sousa Santos, "o conhecimento é sempre a trajectória de um ponto de ignorância específico para um ponto de saber específico. E, portanto, há diferentes ignorâncias como há diferentes formas de saber".
Até há pouco tempo os computadores eram vistos como instrumentos frios, desumanos, incapazes de promover relações afectivas mas capazes de efectuar cálculos. Com o aparecimento das redes de informação e de relações como a Internet e o aparecimento do multimédia, uma nova forma de percepção da máquina entrou em cena. Ela agora permite estabelecer relações humanas e afectivas. O computador inaugura assim uma nova percepção do espaço do trabalho: considerado como lugar sério e mistura-se agora com o lúdico.
Lidamos com a realidade através de mediações, tais como quadros, cabos e lentes e, intensificamos o real com os recursos que a máquina nos oferece, criando um hiper realismo que transforma o mundo real num mundo espectáculo.
Thomas Kuhn chocou e até estimulou os seus colegas ao afirmar que “as revoluções científicas são recorrentes na história e têm uma estrutura ou ciclo de desenvolvimento semelhante, originando-se na insatisfação com uma teoria ou paradigma ortodoxo e terminando na criação de um novo paradigma que passa a ser visto como “Ciência normal” até que outra geração de investigadores por sua vez não se satisfaça com esse conhecimento convencional”.
Hoje, estamos perante extensos mecanismos de manipulação de informação, em que as enciclopédias e outras fontes primárias de informação, cedem espaço às formas electrónicas de transmissão de informação, incorrendo numa “explosão do conhecimento” seguindo a invenção da imprensa e dos grandes descobrimentos da chamada “revolução científica”.
É preciso estar atento.